4.7b - ...Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações. 4.14 - Tendo, portanto, um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou os céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. 4.15 - Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer- se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. 4.16 - Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno. (Hebreus 4.7b e 14-16)
Querida Comunidade! Vocês já repararam nos inúmeros Grupos de Pessoas que ajudam outras, em épocas de crise? Os AA, “alcoólicos anônimos” – como são conhecidos, animam-se mutuamente no sentido de “evitar a primeiro gole”. Há muitos outros grupos atuando dentro da sociedade. Grupos que se envolvem com doentes cardíacos, com diabéticos e com toda sorte de doenças graves. Também há os grupos que se especializam em apoiar enlutados e a acompanhar as vítimas da crescente violência entre nós. Sempre que agimos de forma comunitária, acabamos sendo mais fortes.
Pessoas que sofreram e lutaram para ultrapassar uma grande barreira e ou resolver um enorme problema, acabam se especializando no assunto e, para sentirem-se úteis na sociedade, dão tudo de si para ajudar pessoas que sofrem as mesmas agruras que elas mesmo sofreram. Quando se sente as mesmas dores, a conversa e a comunhão acontecem com mais facilidade. Este diálogo franco, muitas vezes, não acontece com os médicos, os psicólogos e os pastores que atuam na nossa volta. Coisa boa poder trocar-se experiências. Tal atitude sempre acaba sendo de grande ajuda. Informções que adquirimos da experiência de terceiros têm mais peso do que aquelas que vêm das palestras que ouvimos e ou dos livros que lemos.
Antigamente, em muitas culturas, os pastores também faziam o papel de médicos. Eles tratavam do corpo, do espírito e até davam palpites sobre a higiene do povo. Em muitos casos, até tinham formação para tal mas, será que eles entendiam as pessoas com as quais se relacionavam? A Bíblia nos conta que uma certa senhora chamada Ana chorou, durante longas horas, as suas agruras dentro do templo. O profeta Eli pensou que ela estivésse bêbada e até tentou conversar com ela. Um pouco mais tarde, ele mesmo percebeu que o assunto era mais delicado do que pensava. Vocês sabem disso!... Hoje em dia, muitos pacientes vão ao médico e não são entendidos por ele. Isso sempre foi assim e acho que continuará sendo, por longo tempo.
O texto da nossa prédica enfatiza que Jesus é nosso Sumo Sacerdote, o nosso Pastor Maior. Ele é o nosso Grande Médico. Só Ele pode compreender as nossas preocupações, fraquezas e doenças. E sabem porquê? Porque Ele passou por tudo isso. Ele sentiu fome, solidão, medo, tristeza e até o horror da morte na Sexta-feira Santa. Ele também se decepsionou com as pessoas, foi ferido e sofreu muito com a mentira.
Ele veio ao mundo e, aqui, tornou-se um homem de carne e osso para experimentar o que tu e eu experimentamos no dia-a-dia. Seu objetivo foi e continua sendo libertar as pessoas que, durante toda a sua vida, estavam e estão tomadas de medo. Para Jesus as pessoas sempre foram e continuam sendo importantíssimas. Ele proprio sofreu muita dor. E essa experiência sofrida na carne e no espírito acabou Lhe conferindo a autoridade para entender-nos e ajudar-nos quando entramos em desespero (Hebreus 2. 14-18).
Lemos nos Evangelhos que o Inimigo de Deus Lhe quis presentear poder, segurança e riqueza. Jesus venceu esta tentação e, consciente, seguiu o caminho da cruz. Alguns amigos até queriam desviá-lo deste objetivo. Mas Ele foi em frente. Vocês acham que Ele não teve chance e tempo de sobra para escapulir por entre as sombras da noite, enquanto estava no Jardim do Getsêmani? Claro que sim! Mas em vez disso, ficou esperando o traidor vir beijá-lo. Gente! Em Jesus temos um parceiro que conhece e compreende a vida como ela é.No Natal, Jesus tornou-se uma pessoa tal como tu e eu. Depois da Sua Ascenção Ele foi exaltado e sentou à direita do Pai para nos representar junto a Ele. Daí que as nossas fraquezas não lhe são estranhas. Ele pode nos ajudar a compreendê-las e, depois, retrabalhá-las para melhor podermos conviver com elas. É interessante notar que em todos grupos de Auto Ajuda a fé é entendida como ferramenta indispensável. Aqui não se trata da fé que sempre de novo procuramos compreender nos nossos Cultos. Não! Eles procuram forjar sua fé na comunidade dos iguais que, em comum, está em busca de um futuro melhor para si.
Nós, por outro lado, confiamos que Jesus nos compreende e que, por isso mesmo, Ele continuará nos ajudando com a resoluçao dos nossos problemas.Os grupos de Auto Ajuda procuram sempre estar juntos na caminhada; ser pacientes e perseverantes na jornada. Isso porquê os problemas precisam de tempo para serem resolvidos. As pessoas também precisam de tempo para crescer e pegar confiança no grupo onde participam. Se, de repente, mudarem os ventos e vierem dias piores, elas, que uma vez já foram ajudadas, poderão vir a ajudar outros.
O texto da nossa prédica também vê isso desse modo, quando fala que precisamos segurar nossa confissão de fé. Deus nos disse “sim” quando fomos batizados. Nós dissemos “sim” a Deus, no dia da nossa Confirmação. Há quem reagiu com um “sim” a Deus, no dia da sua conversão. Ótimo! Estes momentos representam a nossa aceitação na Comunidade Cristã. Também ali, a fé precisa de perseverança. Se perseverarmos na fé, cedo ou tarde, vamos acabar descobrindo o quanto Deus nos ajudou em tempos difíceis.
Fé tem a ver com confiança. Os problemas e as preocupações do dia-a-dia da vida são administrados com confiança pelos grupos de Auto Ajuda. Nosso objetivo é a vida eterna ao lado de Deus, a vida nova depois da morte. Com confiança, poderemos ir em busca deste objetivo porque, lá adiante, nos espera um grande amigo, Jesus. Aquele que morreu na cruz por nós. Amém